Produção de argamassa
O método de produção de argamassa com bomba exige mudanças em relação aos sistemas convencionais. Com o uso de argamassas industrializadas específicas para bombeamento, as variáveis a controlar são apenas a quantidade de água e o tempo de mistura. Esse controle é fundamental para a qualidade do produto e para a bombeabilidade da argamassa. Nesse sistema, é comum o uso de um misturador de argamassa junto à bomba. Dessa forma, a argamassa é despejada diretamente no tanque do equipamento, contribuindo para a redução de perdas. Essa organização é necessária para atender à alta capacidade de bombeamento. Além disso, a bomba deve estar próxima do local do revestimento, pois o mangote possui alcances horizontal e vertical limitados, os quais variam conforme o modelo do equipamento. Portanto, ao longo da obra, essa central de produção é movimentada. Já na produção com canequinha, a organização da central é semelhante à dos sistemas convencionais.
Sequência de produção do revestimento O uso de projetores de argamassa não determina grandes mudanças na seqüência de produção do revestimento. A base de aplicação pode passar por uma etapa de limpeza e uniformização. A aplicação do chapisco pode ser manual ou mecânica, e a projeção de argamassa para revestimento é precedida da execução de guias de controle. Após isso é executado o revestimento pela aplicação de uma ou mais camadas de argamassa sarrafeada e desempenada. Apesar da aplicação de argamassa ser mecanizada, um padrão de produção é necessário, incluindo aspectos como o controle do ângulo e da distância de aplicação. Nesses sistemas existe o custo adicional de aquisição ou aluguel dos equipamentos. Portanto, as empresas devem ter um volume de produção grande para diluir esse custo. Além disso, é necessário manter uma equipe exclusiva para a etapa de aplicação de argamassa, com o objetivo de reduzir a ociosidade do projetor. Com isso, várias equipes trabalham simultaneamente, cada qual com uma ou mais etapas da sequência. Essa organização não costuma ser utilizada em sistemas convencionais, fazendo com que nesses possa ser viável economicamente trabalhar com poucos operários e menor volume de produção. A figura 5 apresenta um exemplo de gráfico das equipes na produção de vários panos de fachada com bomba, cada uma realizando determinadas etapas da sequência de produção. Observam-se dificuldades para sincronizar as equipes. Em determinados dias, nenhuma equipe trabalhou em certos panos, gerando a ociosidade dos andaimes. Já em outros dias, não foi produzido revestimento, gerando a ociosidade de equipamentos e de operários. Já em um sistema convencional é comum que a mesma equipe realize todas as atividades, o que torna o sistema mais simples. Assim que a equipe conclui uma etapa, a próxima pode ser iniciada. No entanto, são muito dependentes da mão-de-obra, às vezes pouco qualificada. Em obra observa-se que a mecanização da aplicação de argamassa tem o potencial de tornar essa atividade mais rápida. Porém, a produtividade do sistema pode estar sendo limitada por outras etapas, as quais são o gargalo do processo. Essas etapas muitas vezes são executadas convencionalmente, sendo bastante dependentes da mão-de-obra e com grande variabilidade. Assim, apesar da aplicação de argamassa ter sido mecanizada e ser uma etapa de alta produtividade, se a equipe de sarrafeamento e desempeno, por exemplo, não obtiver produtividade semelhante e constante, a aplicação de argamassa terá que parar. Portanto, o projeto do sistema de produção deve pensar no todo. Na produção de revestimentos de fachada, deve-se definir o equipamento de movimentação vertical considerando a maior capacidade produtiva. É preciso substituir os tradicionais balancins mecânicos por balancins elétricos. O uso de andaime fachadeiro mostra-se uma boa solução, pois permite acesso rápido a diferentes partes da fachada por várias equipes simultaneamente.
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